ABSTRACT
Objetivo: Correlacionar o consumo de quimioterápicos antiinfecciosos com mortes. Delineamento: Vigilância epidemiológica. População: Foram registradas todas as drogas quimioterápicas antiinfecciosas prescritas para tratar doenças infecciosas em um hospital. Os pacientes que as usaram foram seguidos desde a admissão até a alta ou o óbito hospitalar. Resultados: Foram estudados 4.968 pacientes que internaram 6.043 vezes. Das 2.305 internações nas quais os pacientes usaram quimioterápicos antiinfecciosos, 2.206 (95,7%) das vezes eles sobreviveram e 99 (4,29%) morreram. Os que sobreviveram usaram em média 1,55 (DP 1,09) quimioterápicos antiinfecciosos e os que morreram usaram em média 2,78 (DP 2,44) quimioterápicos antiinfecciosos, p<0.001. A correlação foi linear entre o número de quimioterápicos antiinfecciosos usados e a mortalidade. Os coeficientes obtidos foram: de correlação, 0.869 (p<0.001) e de determinação de Pearson de 0.755. O consumo de quimioterápicos antiinfecciosos por pacientes obteve correlação linear positiva de Spearman's rho de 0.905 (p=0.002). As relações entre as idades e a mortalidade obtiveram o coeficiente de correlação de Sperman's rho de 0.936, p<0.00. Conclusão: A quantidade de quimioterápicos antiinfecciosos usados para tratar pacientes se correlacionou positivamente com a morte e não parece ser uma boa estratégia para prevenila. Os autores sugerem desenvolver-se o conceito epidemiológico de suficiência de tratamento, considerando a cura e a morte como desfechos, como um índice de uso racional de quimioterápicos antiinfecciosos. Acredita-se que essa estratégia possa obter resultados de impacto no combate a crescente resistência antimicrobiana e na diminuição de gastos desnecessários em quimioterápicos antiinfecciosos (AU)
Aim: To correlate the consumption of antimicrobial chemotherapeutic agents with death figures. Research design: Epidemiological surveillance. Population: All antimicrobial chemotherapeutic agents prescribed to treat infectious diseases in a given hospital were registered. Patients were followed since admission until discharge or fatal outcome at the hospital. Results: Charts from 4968 patients, whose admissions totaled 6043 occasions, were analyzed. From a total of 2305 admissions in which patients were prescribed antimicrobial chemotherapeutic agents, in 2206 (95,7%) of the occasions patients survived, whereas in 99 occasions (4,29%) they died. Those who survived used in average 1,55 (SD 1,09) antimicrobial chemotherapeutic agents, while those who died used in average 2,78 (SD 2,44) antimicrobial chemotherapeutic agents (p<0.001). The observed correlation was linear between the number of antimicrobial chemotherapeutic agents prescribed and mortality. Two coefficients endorsed the observed correlation: a correlation coefficient of 0.869 (p<0.001) and a Pearson of 0.755. The consumption of antimicrobial chemotherapeutic displayed a linear and positive Spearman's correlation of 0.905 (p=0.002). The correlations between age and mortality yelled a Sperman's ρ of 0.936 (p<0.00). Conclusion: The quantity of prescribed antimicrobial chemotherapeutic was positively correlated with death. The development of a concept of epidemiological sufficiency of treatment is recommend by the authors. This concept, which considers cure and death as possible outcomes, would constitute a index of rational use of antimicrobial chemotherapeutic agents. It is believed that this strategy might help to curb the bacterial resistance to antimicrobial chemotherapeutic agents as well as to reduce dispensable expenditures with these pharmacological tools (AU)